A projeção do Gartner para 2018 aponta que os investimentos globais em TI devem crescer quase 7%, chegando a R$3,7 trilhões neste ano, por isso seria impossível falar da evolução do ERP sem falar da sua escalada dentro da evolução da TI.

Para se ter uma ideia, na década de 90, o investimento médio de uma empresa com TI era de 2% do faturamento líquido anual, hoje, alguns segmentos, como bancos, chegam a aplicar até 14% do faturamento na área.

O que puxa este aumento de investimento é a necessidade de inovação e modernização nas empresas, que deverá ser responsável por um aumento de 11% nos gastos com softwares corporativos.

Também ocorre que esta nova era que vivemos ultrapassa os limites da digitalização dos negócios. A aceleração tecnológica é tão grande a ponto de transformar os modelos tradicionais de negócio. Vários setores da economia tornaram os seus serviços digitais e remodelaram seu modelo de negócio gerando a concorrência que o mercado precisa e impulsionando ainda mais os investimentos.

Entenda como chegamos a este patamar de avanço:

ANOS 60: OS JETSONS ESTAVAM ERRADOS

ANOS 60: OS JETSONS ESTAVAM ERRADOS

Isso mesmo, lembra do desenho Jetsons? Foi criado em 1962. Ele previa robôs, reuniões remotas e uma série de gadgets que tornam a vida mais fácil. Com exceção do carro voador, já usamos tudo isso diariamente, eles estão errados porque acharam que seria apenas em 2062. E cá estamos!

O pensamento que permeava era futurista e a Internet já estava engatinhando com a criação da ARPANET (Advanced Research Projects Agency Network), que nada mais era do que uma rede operacional de computadores à base de comutação de pacotes.

Nesta década a TI era exclusivamente processamento de dados, o sistema utilizado pelas empresas era o Inventory Control Packages, um mero controle de inventário com foco principalmente em estoque. Eram pouquíssimas empresas que utilizavam, o custo era muito alto e os computadores gigantescos não tinham compatibilidade entre si.

Além disso, os softwares possuíam muito menos funções, sendo que diziam respeito principalmente ao controle de estoque.

ANOS 70: UM ANO DE ABERTURA DE PORTAS

Microprocessador Intel

Primeira Copa do Mundo que assistimos a cores no Brasil. O primeiro microprocessador viria a público em 1971 pela Intel, assim como o e-mail também foi criado nesse ano. O primeiro vídeo game, o clássico Pong, seria lançado pela Atari em 1972, Woody Allen previa em uma de suas criações que os anos 2000 seriam permeados por robôs cirúrgicos, reuniões remotas e clones, ao mesmo tempo o clássico filme “NO MUNDO DE 2020” previa a escassez total de alimento e uma explosão da população mundial, um mundo apocalítico, uma visão nada otimista do futuro.

Nesta década de avanços, a tecnologia da informação passa por uma revolução técnica, que vai do mero processamento de transações para o gerenciamento de banco de dados, dando espaço para o surgimento dos sistemas gerenciadores de banco de dados, que organizavam as informações de uma maneira eficaz. Pela primeira vez vemos diversos usuários em uma máquina que processa várias tarefas ao mesmo tempo.

O sistema de gestão da época era o MRP (Material Requirement Planning), que era uma solução focada no planejamento de recursos de manufatura, ampliando as possibilidades dos softwares que mais tarde viriam a se tornar a atual evolução do ERP.

DÉCADA DE 80: INOVAÇÃO E ENCANTAMENTO

O período das novidades, todos boquiabertos, já tínhamos celulares, de quase 1kg, mas eles já existiam, os computadores pessoais passam a ser uma sensação e símbolo de status, os mais caros tinham um incrível HD de 2 megabytes.

Nas empresas as coisas ficaram mais fáceis e encantavam também, com o surgimento do MRPII, redes de computadores conectadas a servidores vieram com força total aproximando ainda mais o sistema como conhecemos hoje, o ERP. Na década de 80 os sistemas gerenciais se abrem para outras áreas da empresa como financeiro, RH, compras e vendas, dessa forma, entram em cena funcionalidades associadas a estes setores.

Mesmo com os avanços acerca das redes locais, computadores continuavam incompatíveis, fato que dificultava a integração dos sistemas e uma maior funcionalidade.

DÉCADA DE 90: TI E NEGÓCIO PRECISAM CAMINHAR JUNTOS

Quem tinha dinheiro e status já utilizava notebooks, mas eles eram extremamente caros, muito grandes, pesados e nada anatômicos, apenas quem realmente precisava de um computador de uso remoto investia na raridade.

Computador anos 90

Em hardwares, este período foi decisivo no avanço, trabalhávamos com computadores que dispunham de 64 MB de memória RAM, isso em 1998. Hoje, os notebooks mais populares, simples e baratos têm uma memória RAM de 4 GB. A mesma evolução também é vista em discos rígidos, já podemos encontrar unidades de 2 TB com facilidade, enquanto na década de 90

estávamos extasiados com a possibilidade de ter um HD de 512 MB.

Eis que começamos a tratar os sistemas de gestão pelo seu atual nome, ERP (Enterprise Resource Planning, ou Planejamento dos Recursos da Empresa). Foi nos anos 90 que a sigla ganhou força, já era mais fácil, barato e acessível para empresas e pessoas adquirirem os microcomputadores.

Nas empresas, ligar micros a servidores se tornou mais simples, a demanda por mão de obra fortaleceu o mercado e o surgimento de novas profissões de apoio às tecnologias ligadas a infraestrutura e sistemas.

O desenvolvimento das soluções era muito mais forte no exterior, mas o Brasil já estava adaptado ao conceito da Evolução do ERP.

Vemos na década de 90 um avanço na comunicação entre as áreas da empresa, com a TI exercendo mais impacto nas áreas estratégicas, O Plano Diretor de Informática (PDI), plano de informática e seus respectivos recursos tecnológicos de hardware e software, dá espaço para o Planejamento Estratégico da Tecnologia da Informação (PETI) para estruturar estratégica, tática e operacionalmente as informações organizacionais.

O antigo Plano Diretor de Informática (PDI) tinha seus esforços mais direcionados para o plano de informática e seus respectivos recursos tecnológicos de hardware e software. Ele normalmente não contribuía de fato com as estratégias e as operações das organizações.

2019: A ERA TÃO ESPERADA PELOS FUTURISTAS

E tudo aconteceu num piscar de olhos. Woody Allen e os Jetsons estavam certos, Charlton Heston em “No mundo de 2020” teve que atuar uma história pessimista. Hoje temos robôs, tanto ativos físicos como softwares inteligentes, capazes de trazer muito mais produtividade e competitividade, entramos na 4ª Revolução Industrial, que é o que permite alimentarmos, vestirmos e fornecer conforto a um mundo extremante populoso. A evolução tecnológica impediu que entrássemos num mundo caótico como o do filme de Heston e que conseguíssemos otimizar cada vez mais o processo produtivo.

Muito da evolução do ERP se deve ao formato como ele é hoje, que se utilizado de maneira plena nos eleva ao patamar esperado dos conceitos de Indústria 4.0, partindo de um primeiro estágio de produtividade, passando pela competitividade até a transformação.

Nosso ERP hoje é mutável e está em todas as etapas, processos e áreas de negócio, ele já se integra ao chão de fábrica e, com requintes de IoT, traz cada vez mais respostas e insights sobre qual caminho seguir na corporação. Com ele sabemos quem consome, como consome, quando consome e quanto consome. Sem perguntar para ninguém traçamos padrões que nos permitem saber exatamente como agir.

Passamos da era da adivinhação para a era da exatidão. Experimentamos coisas novas todos os dias, desde tecnologias até alimentos, a hiperconexão permitiu a globalização das culturas e do acesso a informação.

Basta agora a consciência para utilizar todos estes recursos.

A TI exerce o poder sobre todos os processos responsáveis por nossa sobrevivência, mas a nossa inteligência deve estar a favor dela, somos indispensáveis na tecnologia, a pecinha que se encontra entre a tela do computador e a cadeira. O ser consciente dos seus atos e aderente da ética em seu meio.

BÔNUS: CONHEÇA TAMBÉM A EVOLUÇÃO DO ERP SAP:

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