O COVID-19 surgiu de forma surpreendente e pegou todo mundo de surpresa. Além de todos impactos de ordem social, o mundo empresarial e econômico também foi fortemente afetado. E, por conta disso, muitas organizações passam por uma forte preocupação em relação à gestão tributária.

O foco da maioria das empresas agora está em proteger os funcionários, entender os riscos aos seus negócios e gerenciar as interrupções da cadeia de suprimentos causadas pelos esforços para conter a disseminação do COVID-19. Enquanto isso, ainda é preciso seguir cumprindo as diversas obrigações fiscais e tributárias.

Em momento de crise como este, as finanças precisam de uma atenção ainda mais especial. E a gestão tributária ganha uma grande importância para minimizar as despesas e garantir o compliance fiscal – seja aproveitando as medidas emergenciais propostas pelo poder público ou realizando um trabalho interno de planejamento tributário.

Entretanto, mesmo com uma clara relevância em momentos de crise, muitos gestores não sabem exatamente como adaptar a gestão tributária para extrair os melhores resultados. Ao superar esses desafios tributários, toda a organização pode se beneficiar e minimizar os impactos negativos da crise.

COMO A GESTÃO TRIBUTÁRIA PODE OBTER MELHORES RESULTADOS EM TEMPOS DE CRISE?

Em tempos de crise, é necessária ação imediata para proteger os resultados a médio e longo prazo. Para poder fazer isso, as organizações devem ter um plano profissional de gerenciamento de crises – que lide com o bem-estar dos funcionários, reputação da marca, gerenciamento financeiro, cadeia de suprimentos e questões legais que a crise possa desencadear.

Nesse contexto, a gestão tributária pode contribuir com esforços para minimizar os impactos financeiros e aproveitar todos os incentivos que podem surgir. Veja algumas dicas que podem ajudá-lo nesse processo:

1. Busque uma comunicação clara e transparente

As melhores linhas de comunicação são as mais abertas. Comunicações claras, rápidas e transparentes são essenciais em todos os cenários de negócios. Em cenários de crise, isso se torna ainda mais importante.

As empresas são organismos vivos compostos de diversos setores que precisam operar em conjunto, certo? Para que a gestão tributária possa tomar as melhores decisões, será preciso analisar informações coletadas em toda a organização. Da mesma forma, as informações geradas pelo departamento tributário pode auxiliar na tomada de decisão dos gestores.

2. Monitore as alterações nas receitas e despesas

A alta gestão da empresa precisa determinar como a crise afeta os orçamentos e os planos de negócios. Isso inclui testes financeiros em vários cenários para entender o impacto potencial no desempenho financeiro e avaliar quanto tempo o impacto pode continuar.

Podem ser necessário aplicar medidas relacionadas ao processo de captação de capital em curto prazo, o refinanciamento da dívida, acesso a linhas de crédito, redução de despesas operacionais, renegociação de prazos, demissão de funcionários, troca de fornecedores, entre muitas outras.

Todas essas ações podem ter impactos nas receitas e despesas da empresa durante a crise. E é essencial acompanhar o impacto disso sobre a tributação e obrigações acessórias da empresa. Afinal, muitas dessas obrigações estão relacionadas diretamente às entradas e saídas de recursos.

3. Aproveite as medidas de assistência do governo

Em momentos de crise generalizada, é comum que o governo implemente medidas de alívio financeiro para ajudar aqueles que foram financeiramente afetados – incluindo os empregados, trabalhadores por conta própria, aposentados, estudantes e pessoas jurídicas.

Para aproveitar essas oportunidades, a gestão tributária precisa ficar atenta e descobrir quais dessas medidas podem ser levadas para a sua organização. Trata-se de uma forma eficiente de minimizar os custos tributários mantendo-se dentro da legalidade.

Com o objetivo de minimizar os impactos do COVID 19, o governo brasileiro já apresentou várias medidas de valor para as empresas. Veja quais são as principais delas:

  • Cobranças adiadas: O governo dará um prazo maior em algumas cobranças: adiamento por três meses no pagamento do FGTS pelas empresas e adiamento por três meses no pagamento da parte da União no Simples Nacional.

  • Desconto no Sistema S: Por três meses, as empresas terão redução de 50% nas contribuições do Sistema S.

  • Crédito para micro e pequenas empresas: O governo deve liberar cerca de R$ 5 bilhões do Fundo de Amparo ao Trabalhador em forma de crédito para micro e pequenas empresas.

  • Negociação de dívidas: O Conselho Monetário Nacional (CMN) aprovou duas medidas para facilitar a renegociação de dívidas: a primeira delas é voltada a empresas e famílias consideradas boas pagadoras, com o objetivo de permitir ajustes no fluxo de caixa. A segunda delas foi a ampliação da folga de capital do sistema financeiro nacional em R$ 56 bilhões, o que permite que a capacidade de crédito seja elevada em R$ 637 bilhões.

4. Atualize o orçamento

É importante saber exatamente quanto dinheiro está entrando e saindo das contas bancárias da empresa para que você possa avaliar com precisão como a situação atual está afetando suas finanças. Uma vez que você tem uma ideia melhor das novas fontes de renda que você pode ter direito e os valores que você pode ser capaz de salvar graças às várias medidas do governo, você estará pronto para atualizar seu orçamento.

5. Prepare-se para o inesperado

As organizações geralmente são preparadas para obstáculos que podem ocorrer durante suas operações. Crises imprevistas, no entanto, podem apresentar desafios imprevisíveis. As empresas terão que realizar avaliação de risco de contrato e identificar ações preventivas, gerenciar disputas contratuais entre cliente e fornecedor devido a impactos econômicos ou interrupções no fornecimento.

Porém, precisamos encarar que uma das principais características de uma crise é a imprevisibilidade. Trata-se de um cenário repleto de incertezas – o que requer atenção constante da gestão tributária.

Apesar de ser possível aplicar diversas medidas para minimizar os impactos negativos da crise neste momento, talvez na próxima semana surjam novidades que requerem um novo trabalho de readequação. E esse exercício pode se estender por diversos meses – mesmo após passado o momento mais conturbado de crise.

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