Você sabe o que os colaboradores da sua empresa esperam do trabalho pós COVID-19? Depois de vários meses repletos de mudanças causadas pela necessidade do trabalho à distância e uso de novas tecnologias, certamente podemos esperar que os profissionais tenham novas percepções sobre o trabalho.

O advento do COVID-19 representa uma emergência de saúde global sem precedentes e um teste econômico crítico. Para passar por este momento delicado, muitas organizações precisaram se adaptar de forma profunda – alterando seus processos internos e atendendo às novas necessidades do consumidor.

Neste contexto, é importante que o RH das empresas consiga compreender o que os colaboradores esperam do trabalho pós COVID-19 para mantê-los satisfeitos e motivados. Afinal, a força de trabalho será determinante para a continuidade das operações após a pandemia.

6 TENDÊNCIAS DO TRABALHO PÓS COVID-19

No final de 2019 e no início de 2020, o ADP Research Institute conduziu uma pesquisa com mais de 32.000 trabalhadores em 17 países ao redor do mundo para explorar os sentimentos, opiniões e experiências dos trabalhadores em relação a uma ampla gama de questões do local de trabalho.

Em seguida, a pandemia atingiu, desencadeando grandes mudanças no mundo do trabalho e alterando a perspectiva de empregadores e funcionários. Por isso, o ADP Research Institute conduziu uma nova pesquisa para avaliar como as atitudes mudaram desde então.

Em maio de 2020, foram entrevistados mais de 11.000 trabalhadores em seis países para buscar suas opiniões sobre as principais questões em um mundo de trabalho pós COVID-19. Com base na comparação entre as duas pesquisas, é possível ter uma ótima noção do que os colaboradores esperam do trabalho pós COVID-19.

Veja as principais tendências que podem ser destacadas:

1. A positividade persiste

A confiança diminuiu menos do que se poderia esperar, com 84% dos trabalhadores se sentindo otimistas sobre os próximos cinco anos no local de trabalho – contra 86% antes da pandemia. Além disso, 75% que se sentem otimistas com relação ao ano de 2021. O otimismo entre os jovens é o maior de todos.

Trata-se de um dado bastante positivo para as empresas, que poderiam temer uma queda na motivação e produtividade dos funcionários. Porém, esse otimismo pode refletir em um trabalho de qualidade pós COVID-19.

2. Expectativa de vida limitada para os empregos de hoje

Mais de um em cada cinco trabalhadores (22%) acredita que seu emprego não existirá daqui a cinco anos. No entanto, a maioria (65%) está otimista sobre a flexibilidade de oportunidades que terão no futuro, que está praticamente inalterada desde antes da crise.

3. A discriminação percebida continua prevalente

A proporção geral de trabalhadores que afirmam ter sido discriminados por seu empregador permanece estática: um em cada três. As incidências de discriminação percebida aumentaram lentamente na região Ásia-Pacífico e na América do Norte desde antes do COVID-19, enquanto a Europa teve uma ligeira diminuição.

4. Trabalho flexível em ascensão

Com o início do trabalho remoto, 44% dos empregadores agora têm políticas oficiais de trabalho flexível em vigor, contra 24% antes do COVID-19. No entanto, mais da metade dos entrevistados (54%) afirmam ter se sentido pressionados a trabalhar em algum momento durante a pandemia.

5. Sacrifícios salariais

A quantidade de horas extras não remuneradas que os trabalhadores estão fazendo aumentou em uma hora em média desde que o COVID-19 iniciou. Quase dois em cada cinco (38%) dos trabalhadores estariam dispostos a aceitar um corte salarial se necessário para salvar empregos devido à pandemia, mas um em cada três (32%) são resistentes a qualquer movimento para cortar ou adiar salários – mesmo que isso possa comprometer seus empregos.

6. Escolhas difíceis na gig economy

O termo “gig economy” refere-se a uma forma de trabalho baseada em pessoas que têm empregos temporários ou fazem atividades de trabalho freelancer em vez de trabalhar para um empregador fixo.

O interesse nesse trabalho temporários não diminuiu desde o início da pandemia. Na verdade, houve um pequeno aumento. Dito isso, os trabalhadores temporários estão mais preparados do que os trabalhadores regulares para aceitar cortes de pagamento mais profundos, adiar os salários por mais tempo ou até mesmo aceitar demissão para salvar empregos durante o COVID-19. Também é provável que eles trabalhem mais horas extras não remuneradas ou se sintam pressionados a trabalhar durante o lockdown.

EXPECTATIVAS DOS COLABORADORES NO TRABALHO PÓS COVID-19

Outra instituição que realizou uma pesquisa para compreender as expectativas dos colaboradores no trabalho pós COVID-19 foi a Robert Half – uma empresa global de consultoria de recursos humanos.

Segundo Sasha Truckenbrod, gerente da filial de Madison da Robert Half, funcionários e empregadores não retornarão necessariamente aos “negócios como de costume”. Provavelmente começaremos a ver o surgimento de um novo normal. Funcionários pós-pandemia têm expectativas diferentes e as empresas precisarão reavaliar as prioridades e fazer mudanças significativas que irão melhorar o ambiente de trabalho de seus funcionários. O trabalho remoto tem sido uma experiência positiva para a maioria dos trabalhadores pesquisados, e muitos desejam trabalhar à distância com mais frequência do que antes da pandemia.

A pesquisa conduzida contatou mais de 1.000 profissionais de escritório entre 17 e 22 de abril e teve alguns resultados interessantes. Quando questionados sobre as medidas que os trabalhadores esperam que seu empregador tome após o COVID-19, as principais respostas incluíram:

  • Permitir que os funcionários trabalhem em casa com mais frequência (79%)

  • Ter melhores procedimentos de limpeza (79%)

  • Realizar menos reuniões e treinamentos presenciais (70%)

  • Horários de trabalho dos funcionários escalonados (55%)

  • Exigir que os funcionários usem máscaras (52%)

  • Alteração do layout do escritório (46%)

ATUALIZAR-SE É FUNDAMENTAL NESTE MOMENTO

Em momentos de grandes mudanças como este, o RH exerce um papel de grande importância para garantir que a organização possa se adaptar às expectativas dos colaboradores. Além dos dados levantados pelas pesquisas que vimos neste artigo, é fundamental ter atenção redobrada para entender as transformações que estão ocorrendo.

Você gostou das informações sobre o que os colaboradores esperam do trabalho pós COVID-19? Como sua empresa está se adaptando neste momento? Deixe o seu comentário.