Se você possui uma empresa que tem operações em diversos territórios, provavelmente já ouviu falar sobre o Transfer Pricing. Esse conceito surgiu justamente para regular as transações realizadas entre empresas do mesmo grupo empresarial – incluindo transferências de bens, serviços ou propriedade intangível.

A lógica por trás dessa regulação é bem simples: essas empresas que fazem parte de uma mesma entidade não negociam em um mercado aberto. Por isso, poderiam negociar entre si com preços diferenciados (muito abaixo ou acima que o normal) – e isso poderia distorcer os resultados de todo o grupo empresarial.

Sem a definição do Transfer Pricing, uma empresa subsidiária brasileira poderia adquirir produtos da subsidiária localizada no Canadá por preços muito abaixo do mercado – elevando a lucratividade da organização que atua no Brasil. Da mesma forma, poderiam ser feitas outras manobras que afetam diretamente na tributação.

Portanto, foi criado o Transfer Pricing para regular essas operações e evitar manobras para driblar as exigências fiscais. E é fundamental que as organizações saibam como controlar o Transfer Pricing.

O QUE É TRANSFER PRICING?

O Transfer Pricing, ou Preço de Transferência, é um conceito que surgiu para regular as negociações de exportação e importação entre os países. Ou seja, todas as operações realizadas internamente entre empresas de um mesmo grupo empresarial devem observar as normas previstas na legislação.

O objetivo do Transfer Price é garantir que exista um padrão nos valores praticados nessas transações – garantindo que o recolhimento de tributos ocorra corretamente. Porém, é importante destacar que o Preço de Transferência não estipula os valores das operações entre as empresas, apenas evita que essas transações apresentem diferenças discrepantes.

Segundo a legislação brasileira, o excedente no valor da transação deve ser adicionado ao lucro da empresa para tributação de Imposto de Renda (IR) e Contribuição Social sobre o Lucro Líquido (CSLL).

O conceito de Transfer Price foi introduzido no Brasil em 1996 com a Lei 9.430/96. Nessa legislação estão previstos perfis de empresas estão submetidas às normas e estabelecidos os critérios de cálculos que deverão ser reconhecidos pela Receita Federal.

Além disso, o Transfer Pricing é regulado pela Instrução Normativa RFB Nº 1312, que dispõe sobre os preços a serem praticados nas operações de compra e de venda de bens, serviços ou direitos efetuadas por pessoa física ou jurídica residente ou domiciliada no Brasil, com pessoa física ou jurídica residente ou domiciliada no exterior, consideradas vinculadas.

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IMPORTÂNCIA DO TRANSFER PRICING

O Transfer Pricing é uma exigência que possui grande importância para as organizações brasileiras e para o poder público. Veja os principais pontos que ressaltam essa importância:

  • Resultados do grupo empresarial: ao observar o Transfer Pricing, o próprio grupo empresarial evita que sejam cobrados valores abusivos ou muito abaixo do ideal – o que causaria distorções na demonstração de resultados do grupo.

  • Transparência nas operações: ao seguir as diretrizes do Transfer Pricing, as empresas se tornam mais transparentes – o que é ótimo para aumentar a confiança dos stakeholders.

  • Compliance fiscal: por ser uma exigência legal sujeita a penalidades, seguir o Transfer Pricing também é uma maneira de manter o compliance fiscal.

  • Competitividade: evitar as complicações pelo não cumprimento do Transfer Pricing pode ser considerado uma vantagem competitiva em relação aos concorrentes em um mercado tão concorrido.

  • Fiscalização do poder público: do ponto de vista do poder público, o Transfer Princing evita que sejam maquiados resultados para manipulação da tributação.

ERROS COMUNS NO CÁLCULO

No momento de calcular o Transfer Pricing, sua empresa precisa tomar cuidado para não cometer alguns dos erros mais comuns:

  • Apuração apenas no final do ano: ao fazer uma apuração anual, a sua empresa pode não ter tempo de corrigir eventuais falhas antes da fiscalização. Por isso, o ideal é fazer uma apuração mais frequente do Transfer Princing para garantir que tudo esteja de acordo com as exigências legais.

  • Incoerências na base de dados: o Fisco possui conhecimento sobre todas informações das outras declarações entregues pela sua empresa. Portanto, o Transfer Pricing precisa estar coerente com essa base de dados.

  • Ausência de um planejamento tributário: o Transfer Pricing precisa estar incluso no planejamento tributário da sua empresa se você deseja reduzir o impacto das despesas e manter o compliance fiscal.

  • Falta das ferramentas adequadas: o melhor a ser feito para controlar o Transfer Pricing é utilizar uma solução digital para integrar informações, automatizá-las e mantê-las armazenadas em locais seguros. Com isso, torna-se mais fácil evitar todos os erros relacionados ao assunto.

COMO CONTROLAR O TRANSFER PRICING?

A base de cálculo do Transfer Price recebe a influência de diversas áreas – como estoque, compras, custos, produção e vendas. Por esse motivo, é fundamental que a sua organização tenha acesso a informações íntegras e atualizadas – além de estabelecer uma rotina para controlar o Transfer Princing.

Veja um passo a passo para colocar isso em prática:

1. Conheça os métodos de cálculo

Para iniciar, é importante ter conhecimento sobre os métodos de cálculo do Transfer Pricing – que são divididos em duas categorias: Preço de Transferência na Importação e Preço de Transferência na Exportação.

Os métodos de cálculo na importação são:

  • Método dos Preços Independentes Comparados – PIC

  • Método do Preço de Revenda menos Lucro – PRL

  • Método do Custo de Produção mais Lucro – CPL

Os métodos de cálculo na exportação são:

  • Método do Custo de Aquisição ou de Produção mais Tributos e Lucro – CAP

  • Método do Preço de Venda por Atacado no País de Destino, Diminuído do Lucro – PVA

  • Método do Preço de Venda a Varejo no País de Destino, Diminuído do Lucro – PVV

  • Método do Preço de Venda nas Exportações – PVEx

2. Incorpore o cálculo do Transfer Princing ao fluxo de operações

É importante que você incorpore o cálculo e o controle do Transfer Princing no fluxo de operações regulares da sua organização. Assim, você garante que os profissionais responsáveis estarão sempre monitorando o cumprimento das exigências legais.

3. Tenha profissionais qualificados

Para realizar a apuração frequente do Transfer Pricing é essencial que você conte com profissionais qualificados. É preciso ter conhecimento sobre importações e exportações, acompanhar as mudanças na legislação e ter domínio sobre os processos de apuração dos tributos.

4. Adote uma solução digital

Por fim, todo o processo de controle do Transfer Pricing se torna mais prático e seguro com uma solução digital adequada. O SOFICOM é uma solução fiscal modular e personalizada, totalmente integrada e nativa ao SAP, que aumenta o desempenho e melhora a Gestão Fiscal das empresas por mais complexo que seja o cenário, sempre em total conformidade com a legislação vigente e as melhores práticas tributárias. E isso inclui uma solução para controlar o Transfer Pricing.

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