Se você é um diretor de RH de uma multinacional ou está ocupando algum outro cargo que exige estar antenado com tudo o que acontece no âmbito de novas competências e profissões já deve ter percebido a velocidade com que as mudanças neste sentido estão ocorrendo. O futuro do trabalho aponta para uma mudança radical.

Em tempos de Inteligência Artificial (IA), robôs, automação e uma série de inovações tecnológicas, a força de trabalho em todos os segmentos, mas principalmente na área da Tecnologia da Informação (TI) já está passando por uma revolução. Nos próximos 15 anos não será diferente.

Novas profissões surgem a todo momento. E novas habilidades e competências precisam ser desenvolvidas para dar conta neste novo contexto profissional.

MERCADO DE TRABALHO E AS NOVAS EXIGÊNCIAS

A tendência sobre novas exigências já estava clara quando a Pandemia do Coronavírus chegou para acelerar ainda mais o movimento. A exigência pelo distanciamento social mostrou às empresas o quanto era urgente repensar profundamente sobre o modo com que as tarefas são feitas e nas relações entre o empregado, empregador, capital e trabalho.

Até 2035, outras situações que demandam guinadas de 360 graus devem ser enfrentadas pela população em geral. Mas os maiores desafios e as reflexões mais sérias alcançam em cheio o mundo corporativo. Afinal, a máxima de que é no caos e nas crises que aparecem ótimas oportunidades nunca foi tão verdadeira.

A experiência de executivos, empreendedores e lideranças tem demonstrado que o planejamento e a execução de projetos não podem mais aguardar que a situação volte a ser o que já foi um dia. O olhar deve ir ao encontro de uma nova força de trabalho mais aderente à transformação digital.

O objetivo é adotar modelos inovadores de atuação profissional que promovam o impulso dos negócios pra frente e atendam as necessidades do mercado de trabalho de hoje e dos próximos 15 anos. Sem isso, poucas empresas sobreviverão.

AS MUDANÇAS, COMO SEMPRE, COMEÇAM NOS NÍVEIS DE LIDERANÇA

O avanço da IA cria novas funções executivas e atividades que até então não eram necessárias. Surgem outros departamentos diferentes daqueles que conhecemos hoje. Atualmente, já há uma grande corrente de pensadores que vislumbram as funções de liderança parcial ou totalmente substituídas pela tecnologia até 2035.

Outra constatação é que no futuro do trabalho, muitas organizações certamente vão precisar, por exemplo, de chefes de Inteligência Artificial (CAI). Equipes denominadas “homens-máquinas” serão responsáveis pelas principais tomadas de decisões no mundo dos negócios.

Haverá, ainda, um departamento central de IA em cada empresa. O objetivo será supervisionar todas as áreas de negócios. O trabalho será muito mais orientado por tecnologia do que é hoje.  Espera-se uma total mudança no relacionamento entre as máquinas e os seres humanos.

A tendência é que serão necessárias competências específicas para profissionais atuarem como treinadores de robôs. Já pensou? Essas pessoas vão trabalhar em equipe com gerentes de realidade virtual, cientistas especializados em dados, gerentes de privacidade e confiança e  designers thinking.

Espera-se também que, no futuro do trabalho, boa parte dos trabalhadores não vai atuar em tempo integral e nem no modelo presencial. A maioria dos profissionais especializados terá alto valor o mercado e deve ser contratada sob demanda. Hoje em dia, já vemos muitos autônomos vivenciando este tipo de relação. Este quadro será reforçado nos próximos anos.

OUTAS PROFISSÕES INDISPENSÁVEIS NO FUTURO DO TRABALHO

A IA será responsável por mudanças profundas, tornando o ser humano mais inteligente e eficiente. Não é de hoje que as áreas de Recursos Humanos já vêm avaliando o tamanho do impacto e do papel que a tecnologia exerce quando se pensa no futuro do trabalho.

A influência permeia desde empresas de serviços financeiros, saúde e ciências biológicas passando pelo setor de telecomunicações, mídia e tecnologia até companhias voltadas à manufatura, bens de consumo e ao varejo.

Todas devem adotar IA, machine learning e automação. E no futuro do trabalho, novos empregos serão projetados para suportar esses locais de trabalho.

Com formação especializada, teremos ainda os condutores de drones. Aviões não tripulados demandam profissionais que possam conduzir esses equipamentos. Uma atuação bastante complexa será nas áreas de varejo, logística, segurança e monitoramento em geral.

Já os bioinformacionistas serão profissionais com a responsabilidade de unir informação genética com a elaboração de remédios. Vão trabalhar como cientistas que usam os dados genéticos e técnicas clínicas para o desenvolvimento de novos medicamentos. Algo inovador para um tempo em que o envelhecimento da população mundial demandará mais cuidados médicos.

MAIOR INTERAÇÃO ENTRE PESSOAS E MÁQUINAS

Você já conhece a profissão de engenheiro mecatrônico, certo? Então, devido ao aumento da presença da computação cognitiva e da integração entre as pessoas e as máquinas, a necessidade do trabalho dos engenheiros mecatrônicos será muito maior do que é hoje. São eles que vão programar diversos equipamentos e também fazer a gestão dos recursos tecnológicos.

Quem convive de perro com a nova geração já deve ter percebido que o profissional 3D também estará em alta até 2035. Setores da saúde, construção e até da gastronomia já veem a impressão 3D como uma tendência sem volta. Serão necessários especialistas para operar com a tecnologia dos equipamentos que produzem artigos a partir das impressoras 3D.

Outra função que está por vir é a dos gestores de big data. Nesta profissão do futuro do trabalho, as pessoas vão lidar com questões técnicas e armazenagem de dados. Será sua atribuição, ainda, identificar e analisar grandes volumes de informação. E depois direcioná-la pra alguns dos vários departamentos das empresas.

MAIS ESTRATÉGIA E MENOS ATIVIDADES OPERACIONAIS

São competências e habilidades do futuro aquelas que mais se adequam a este novo perfil profissional. Afinal, para novos e ousados desafios de um panorama mais digital e ágil, deve haver profissionais mais analíticos, com muita autonomia, mais estratégicos e menos dedicados às atividades operacionais.

Deu pra notar pelas novas profissões que devem surgir daqui pra frente o quanto será preciso desenvolver o pensamento computacional nas crianças e jovens da atualidade. Até mesmo nas situações em que não haja um trabalho diretamente relacionado às máquinas, esta competência é fundamental para a solução de problemas completos. Sendo assim, será útil pra vida deles.