A criação do Pix, sistema de pagamentos instantâneos do Banco Central, deve revolucionar as transações financeiras no Brasil. Com previsão de lançamento para novembro, todos buscam compreender melhor os impactos dessa novidade: consumidores, empresas e instituições financeiras.

A ideia por trás da criação do Pix é bem clara: simplificar as transações financeiras. Com esse sistema, transferir dinheiro deve se tornar tão simples como mandar uma mensagem pelo celular. Parece ótimo, não é mesmo?

Entretanto, é fundamental conhecer a fundo como funcionará essa nova forma de transações financeiras para que o setor financeiro da sua organização possa se manter atualizada e extrair o máximo dessa nova possibilidade.

O QUE É O PIX?

O Pix é uma nova plataforma de pagamento instantâneo criado pelo Banco Central (BC) que representa uma nova forma de fazer transferência de recursos financeiros e promete agilizar e transformar o mercado de transações eletrônicas ao executar a operação do seu início ao fim em poucos segundos.

O pagamento instantâneo foi instituído pelo Circular nº 4.027, de 12 de Junho de 2020:

Art. 1º Ficam instituídos no Banco Central do Brasil o Sistema de Pagamentos Instantâneos (SPI) e a Conta Pagamentos Instantâneos (Conta PI).

Parágrafo único. O SPI é a infraestrutura centralizada de liquidação bruta em tempo real de pagamentos instantâneos que resultam em transferências de fundos entre seus participantes titulares de Conta Pagamentos Instantâneos (Conta PI) no Banco Central do Brasil.

O Banco Central também apresenta a definição de pagamentos instantâneos:

Pagamentos instantâneos são as transferências monetárias eletrônicas na qual a transmissão da ordem de pagamento e a disponibilidade de fundos para o usuário recebedor ocorre em tempo real e cujo serviço está disponível durante 24 horas por dia, sete dias por semana e em todos os dias no ano.

Ou seja, o Pix vai garantir que as transferências financeiras ocorram diretamente da conta do usuário pagador para a conta do usuário recebedor, sem a necessidade de intermediários. Trata-se de uma grande evolução em relação às formas de transferências financeiras atuais (TED e DOC), que não permitem operações em feriados, fins de semana ou fora do horário comercial – além de exigirem o pagamento de taxas bancárias.

COMO VAI FUNCIONAR O PIX?

Já vimos que o Pix surgiu para simplificar as transações financeiras no Brasil. Mas como isso será colocado em prática?

Para utilizar o Pix, será necessário que o usuário tenha uma conta com um prestador de serviço de pagamento: banco, intermediador ou instituição de pagamento. A partir disso, ele poderá solicitar uma transferência sem a necessidade de inserir dados do recebedor. Em poucos segundos, a transação será finalizada.

Veja quais são as formas possíveis de realizar transações pelo Pix:

  • Inserção manual dos dados do recebedor (nome completo, CPF, CNPJ, etc);

  • Inserção de chave de endereçamento, que identifica o recebedor (e-mail, o número do celular ou um documento);

  • QR Code Recebedor, que é gerado por quem recebe o dinheiro da transação e deve ser acessado pelo pagador;

  • QR Code Pagador, que é utilizado para indicar os dados do pagador e apresentado ao recebedor.

Para que isso ocorra, são várias as partes que participam (direta ou indiretamente) da operação:

  • Pagador: cliente pagando ou transferindo dinheiro

  • Recebedor: quem precisa receber o valor da operação

  • Participante direto: bancos, bandeiras e todas instituições financeiras que têm contas no BC conectada à infra de liquidação

  • Participante indireto: fintechs, contas de pagamento e outras instituições que não têm conta no BC e que usam um participante direto para realizar as liquidações

  • Infraestrutura única de liquidação: BACEN

  • Provedor de serviço: softwares e instituições nas quais o usuário detém contas de pagamento

QUEM PODERÁ USAR O PIX?

As transferências pelo Pix poderão ser utilizadas em diversas transações. Veja quais são elas:

  • Transações P2P: Transações realizadas entre pessoas físicas.

  • Transações P2B: Transações entre pessoas e empresas.

  • Transações B2B: Transações entre empresas diferentes.

  • Transações P2G e B2G: Transferências para órgãos governamentais. Elas podem ser de uma pessoa física para o órgão (P2G) ou de uma empresa para o governo (B2G).

  • Transações G2P e G2B: Transações de órgãos governamentais para pessoas físicas (G2P) ou empresas (G2B) – que incluem o pagamento de salários e benefícios sociais, entre outros serviços governamentais.

PRINCIPAIS MUDANÇAS PARA ACOMPANHAR

Sem dúvidas, o Pix deve gerar muitos benefícios para todas as partes envolvidas. Mas quais são os principais aspectos que devem ser acompanhados de perto pelos diretores financeiros das empresas brasileiras?

Adoção do Pix

Primeiramente, é importante que os diretores financeiros estejam atentos para rápida adoção do Pix – que já deve entrar em vigor em novembro de 2020. Considerando os benefícios para simplificar as transações financeiras, as empresas que se adaptarem com mais agilidade devem aproveitar boas oportunidades.

Experiência do cliente

A adoção do Pix permite que as empresas viabilizem uma maneira mais clara, segura e menos onerosa de recebimento de pagamentos de seus clientes. Dessa forma, é possível criar uma experiência mais satisfatória e um diferencial competitivo.

Taxas bancárias

Conforme já destacamos anteriormente, o Pix representa custos muito inferiores às formas tradicionais de transações financeiras usadas atualmente – como DOC e TED. Portanto, trata-se de uma forma muito eficiente de reduzir as taxas bancárias pagas pela sua empresa.

Aumento da segurança

Além de simplificar os processos e reduzir custos, o Pix também será uma alternativa mais segura para a realização de transações financeiras. Portanto, esse é outro ponto de grande importância para qualquer organização brasileira.

Fluxo de entradas e saídas

Com transações de entradas e saídas realizadas por meio do pagamento instantâneo, os profissionais do setor financeiro devem ficar atentos para registrar corretamente essas operações nos controles internos – não deixando que nenhuma informação se perca.

Reestruturação de processos internos

Por fim, os diretores financeiros também precisam identificar as necessidades de reestruturação de processos internos para abranger as movimentações de entradas e saídas realizadas por meio do pagamento instantâneo. Afinal, esses fluxos de atividades internas devem se tornar mais simples e eficientes.

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